País atravessa a pior seca dos últimos 91 anos. Síndico deve liderar movimento para economizar água no condomínio, fugindo de racionamento e gastos exorbitantes
O Brasil atravessa um cenário hidrológico crítico, com a pior seca dos últimos 91 anos, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Após um período úmido com poucas chuvas, o que já comprometeu o nível de armazenamento dos principais reservatórios do País, é chegado o inverno – estação de maior escassez.
Para que o condomínio não fique refém de um racionamento mais agressivo, nem tenha gastos exorbitantes com a contratação de caminhões-pipa, a palavra de ordem é “economia”, e ela deve partir do síndico, que tem o poder de liderar a massa condominial, conscientizando-a sobre as medidas de redução de consumo de água e seus benefícios.
Nesta matéria, apresentamos diversas maneiras de economizar água no condomínio, que vão desde mudanças simples de hábitos a instalação de sistemas mais modernos. Com a influência do síndico, é possível estimular uma corrente positiva em todo o condomínio. Vamos lá?
Dicas simples para economizar água no condomínio
1) Inspeção contra vazamentos
Vazamentos são a maior causa de desperdício de água em condomínios e vistorias informais – porém diárias – feitas pelo zelador tanto nas unidades quanto nas áreas comuns (canos, válvulas, torneiras e caixas d’água), podem fazer uma grande diferença.
Além disso, o ideal é sempre monitorar a conta e acompanhar possíveis oscilações (veja abaixo no item 2 as principais orientações aos funcionários).
Para um melhor acompanhamento, recomenda-se contratar uma empresa especializada no serviço, com inspeções anuais ou semestrais que darão resultados mais técnicos e precisos.
Além disso, realizar na hora certa a impermeabilização de áreas como reservatórios e piscinas, é uma prevenção contra o desperdício de água diante de vazamentos.
2) Orientação e conscientização dos funcionários
É importante entender como os funcionários da limpeza trabalham para identificar atividades que podem gerar desperdício, e a partir daí, estabelecer as mudanças de rotina. Abaixo listamos instruções para cada área do condomínio:
JARDINS
Se possível, regue as plantas com água proveniente de alguma fonte de reuso, como das chuvas, utilizando sempre um regador, e não a mangueira.
Também procure realizar essa tarefa no começo da manhã ou no final da tarde, momentos em que ocorre menor evaporação de água, e não à noite, pois poderá provocar proliferação de fungos nas raízes. Já no inverno, o ideal é regar em dias alternados e, de preferência, nos primeiros horários da manhã.
ÁREAS INTERNAS
Para hall, corredores, academia, salão de festas etc, um pano umedecido em um balde com água e produto de limpeza é a melhor solução. Nada de mangueiras.
- Roteiro de limpeza em condomínios
GARAGEM
Limpe o chão apenas quando necessário, e sempre com um pano molhado no balde, nunca com a mangueira ou equipamentos de água pressurizada.
- Acabe de vez com as goteiras na garagem do condomínio
CAIXAS D’ÁGUA
Em alguns municípios e estados, como São Paulo, existem leis que obrigam a limpeza dos reservatórios pelo menos duas vezes no ano e, caso o serviço não seja executado adequadamente, pode causar grande desperdício de água.
Por isso, sempre faça um agendamento prévio do serviço com a empresa, para que o zelador consiga transferir o volume de água de uma caixa para outra, evitando desperdiçar o insumo e ainda garantindo que os moradores continuem abastecidos.
Além disso, sempre verifique se os reservatórios estão devidamente vedados, para impedir a evaporação da água.
CALÇADAS E ÁREAS EXTERNAS
O hábito de usar a mangueira para lavar calçadas e áreas externas é comum e traz grandes prejuízos. Segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em 15 minutos são perdidos 279 litros de água nesse processo.
Por isso, o recomendado é usar a vassoura, e se realmente houver necessidade de lavar o espaço, que seja utilizada água oriunda de alguma fonte de reuso, como das chuvas.
PISCINAS
Sem a capa de proteção, exposta ao sol e à ação do vento, a piscina perde aproximadamente 3.785 litros/mês por evaporação – o suficiente para suprir as necessidades de água potável de uma família composta por quatro pessoas. Portanto, é imprescindível cobrir o local, pois isto reduzirá a perda em 90%.
3) Campanhas de conscientização com os moradores
É muito importante incentivar os moradores a economizar água não somente em períodos de racionamento. A comunicação de consumo racional deve ser frequente, podendo ser lembrada nas assembleias e por meio de cartazes e circulares.
Nessa rotina, fica mais fácil mudar a mentalidade e construir novos hábitos.
fonte: https://www.sindiconet.com.br/